Sumig Dicas: 5 falhas mais comuns na soldagem de aços inoxidáveis

Olá amigo soldador, seja bem-vindo a mais um Sumig Dicas. Hoje iremos falar sobre as falhas mais comuns na soldagem de aços inoxidáveis. Listaremos as 5 principais falhas.

Falaremos aqui sobre a soldagem de Aços Inoxidáveis, sem entrar muito em questões metalúrgicas, focando mais em questões do dia-a-dia. O aço inoxidável é utilizado em muitas aplicações devido à sua resistência à tração, resistência a abrasão e, principalmente, pela sua resistência a corrosão. A maioria destes aços tem boa soldabilidade e são soldados por todos os processos a arco elétrico, como MAG, TIG, ELETRODO REVESTIDO, ARAME TUBULAR, ARCO SUBMERSO E SOLDA PLASMA. 

Existem muitos tipos de Aços Inoxidáveis e cada um tem propriedades mecânica e químicas próprias. Considerar uma liga apropriada de aço inoxidável, suas propriedades, como soldá-lo e como selecionar o tipo correto para uma determinada aplicação é uma ciência que poucos profissionais dominam. Por isso, esta Dica não tem como objetivo fazer um CURSO sobre a soldagem dos Aços Inoxidáveis, mas sim focar nas FALHAS MAIS COMUNS que ocorrem quando se solda este tipo de material.

Sem mais delongas, vamos às falhas...

FALHA #1: Soldar Aço Inoxidável como se estivesse soldando Aço Carbono.

Muitas pessoas pensam que o Aço Inoxidável pode ser soldado da mesma maneira que se solda Aço Carbono. Este é um grande equívoco! O Aço Inoxidável não irá se comportar da mesma maneira que o Aço Carbono ao ser soldado. As propriedades físicas e Metalúrgicas dos Aços Inoxidáveis são diferentes das do Aço Carbono. Com maior expansão térmica e muito menor condutividade térmica do que as do Aço Carbono, o Aço Inoxidável pode apresentar maior deformação e sofrer empenamento, gerando assim grandes dificuldades de montagem e dimensões finais do produto. Se você vai soldar chapas finas de Aço Inoxidável pela primeira vez, com certeza vai “brigar” muito para ter sucesso. Como este assunto é extenso, em uma próxima Dica iremos falar sobre maneiras de se controlar a distorção e propriedades de materiais que afetam a Distorção.

FALHA #2: Usar as mesmas ferramentas no Aço Inox e no Aço Carbono.

A soldagem do Aço Inoxidável deve ser completamente separada do Aço Carbono. Muitos problemas podem ocorrer quando os dois materiais são soldados em uma mesma área de trabalho. Por exemplo, usar uma Escova com cerdas de Aço, inoxidável ou não, em uma superfície de aço Carbono e depois usar a mesma escova no Aço Inoxidável, irá contaminar o aço inoxidável. Isso pode ocasionar corrosão prematura do Aço Inoxidável. Portanto, a dica é: Use as ferramentas certas para cada tipo de Aço!
 

FALHA #3: Não saber o Tipo ou Grau de Aço Inoxidável que será soldado.

Existem muitos tipos de Aços Inoxidáveis, cada um com suas características, propriedades mecânicas e metalúrgicas próprias. Alguns são facilmente soldáveis, mas outros são propensos a trincar. Usar o Consumível errado pode ser uma catástrofe; e as vezes o problema não ocorre imediatamente após a soldagem. Pode ocorrer após meses ou anos! Portanto, sempre tenha certeza do Tipo ou Grau de material que irá soldar para assim fazer a escolha correta do consumível de solda. 

FALHA #4: Usar o gás para Aço Carbono no Aço Inoxidável.

Este é um erro muito comum. No processo MAG, quando se solda Aço Inoxidável, deve-se ter certeza de não exceder as percentagens máximas de CO2 e Oxigênio na mistura com Argônio. Existem também gases que tem Nitrogênio em sua composição; e cada um deles, nas misturas e balanços adequados, tem suas vantagens e limitações. O melhor é sempre obter a orientação do seu fornecedor de gás de confiança. No processo TIG geralmente utiliza-se o gás Argônio e, em alguns casos de Aço Inoxidável, o Argônio deve ser de elevada pureza. 

Muitas empresas usam Argônio puro também no Processo MIG/MAG, o que não é recomendável, pois neste caso causará muita instabilidade de arco e grande dificuldade no ajuste dos parâmetros. Outras empresas usam o gás do tipo mistura, sendo 75% de argônio e 25% de CO2 ou 90% de argônio e 10% de CO2, para soldagem do Aço Inoxidável. A soldagem é até estável e funciona bem, mas a quantidade de Carbono que será introduzido na solda é enorme e irá levar a uma corrosão prematura da solda e da junta soldada. O pior é que o visual da solda não é ruim e vai passar por uma inspeção, mas em pouco tempo o usuário do equipamento ou produto assim soldado terá sérios problemas de corrosão e possível fratura do componente.

FALHA #5: Usar aporte térmico ou energia muito alta na soldagem do Aço Inoxidável.

Este é um erro muito comum no Processo TIG. Quando se solda com energia muito elevada, ocorre uma redução expressiva do teor de Cromo existente no Aço Inoxidável, que é o principal responsável em dar a este material a resistência à corrosão. Assim, vai haver corrosão prematura se não for controlado o aporte térmico e não for utilizado o procedimento apropriado para este material. Utilizar equipamento e acessórios de qualidade é fundamental para se ter parâmetros estáveis.

Nos aços Inoxidáveis Austeníticos, conhecidos como série 300, esta energia elevada é bastante crítica. Soldar com aporte térmico muito elevado faz com que ocorra um resfriamento da solda muito lento, aumentando o tempo em que a solda fica em uma fase conhecida como “sensitização”. Isso causa um problema chamado Corrosão Intergranular, que é a forte redução do cromo na solda e nas áreas termicamente afetadas. Consequentemente isso causará corrosão prematura do equipamento na região da solda. 

A recomendação é controlar este aporte térmico e, sendo possível, utilizar o Arco Pulsado, tanto no Processo TIG como no  processo MAG. Para o processo MIG e também para o MAG, uma ótima opção é o controle de Duplo Pulso Térmico, que oferece ótima soldabilidade e baixo aporte térmico.
 

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