Como escolher o bocal para tocha MIG/MAG? Entenda tipos, diâmetros, aplicações e critérios técnicos para garantir proteção ao arco e qualidade na solda.

Nos processos MIG/MAG e arame tubular, o bocal da tocha (ou ponteira) é um consumível determinante para a qualidade do cordão, como também para o desempenho operacional.
Apesar disso, ainda é muito comum que esse componente seja negligenciado, sendo substituído apenas quando já está severamente danificado.
Essa prática é um erro técnico que pode comprometer a estabilidade do arco, gerar aumento de respingos e até causar defeitos estruturais na solda.
Neste artigo, queremos explicar a função do bocal, quando substituir a peça e como escolher o modelo adequado para cada aplicação.
O bocal é responsável por guiar e direcionar o gás de proteção até a poça de fusão. Quando ele está obstruído, deformado ou contaminado, o fluxo de gás perde eficiência.
Como consequência, há turbulência no movimento da tocha, aumentando porosidades, instabilidades e irregularidades no cordão.
Além disso, nas soldagens com arame tubular, falhas no bocal podem provocar inclusão de escória, afetando diretamente a integridade da junta.
Não é raro também que o bocal sofra danos por mau uso. Em muitos setores, a tocha acaba sendo utilizada para tarefas inadequadas como alinhar peças, remover respingos ou apoiar pesos.
A consequência? Bocais amassados, quebrados, obstruídos e perda de produtividade devido às paradas para ajustes.
Sendo assim, é recomendado treinar equipes para uso correto da tocha e manter ferramentas adequadas para alinhamento, remoção de respingos e ajustes mecânicos.
O bocal não é martelo, espátula ou alavanca. Seu uso adequado preserva o equipamento, reduz paradas emergenciais e garante a qualidade do processo de soldagem.
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O bocal desempenha duas funções essenciais: direcionar o gás de proteção e prevenir curtos-circuitos entre o bico de contato e a peça, critérios que vamos explicar melhor a seguir.
O gás de proteção (tipicamente Argônio, CO₂ ou misturas) forma uma atmosfera estável e limpa ao redor da poça, garantindo que o arame e o metal fundido não entrem em contato com gases atmosféricos (como Oxigênio e Nitrogênio).
Desse modo, um bocal adequado e em boas condições garante:
Para isso, é fundamental que o bico de contato esteja centrado no bocal, a fim de facilitar o fluxo de gás e manter conforto operacional, especialmente em células robotizadas, onde a limpeza mecânica do conjunto é frequente.
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O bocal deve estar concêntrico ao bico de contato para facilitar a condução do gás.
Outra função do bocal é atuar como barreira física para evitar curto-circuito acidental entre o bico de contato e a peça durante a solda.
Isso mantém a integridade do consumível, garante a continuidade do arco e evita paradas de produção.
A seleção do bocal depende de três fatores principais:
Quanto maior a corrente e a energia aplicada, maior deve ser o diâmetro do bocal para permitir maior fluxo de gás e melhor dissipação térmica.
|
Aplicação / Modo de transferência |
Diâmetro recomendado |
|---|---|
| Curto-circuito | Até ~12 mm |
| Spray ou pulsado | Até ~19 mm |
| Robotização / alta energia | Até ~21 mm |
Além disso, aplicações de alta produtividade ou soldas longas podem exigir tochas refrigeradas a água para aumentar a durabilidade do bico, difusor e do próprio bocal.
O bocal normalmente é fabricado em cobre, devido à sua excelente condutividade térmica e resistência ao calor.
Para soldagem robotizada ou automatizada, versões niqueladas ou cromadas são frequentes, pois oferecem maior resistência ao calor e à aderência de respingos, prolongando a vida útil.
Também existem diferentes geometrias para facilitar o acesso a juntas específicas, como:
Cada formato atende melhor a um perfil de solda e condição operacional. Os bocais cônicos, por exemplo, facilitam o acesso a áreas estreitas e juntas com pouco espaço de manobra, garantindo melhor direcionamento do gás.
Sim, é possível (e recomendado) possuir diferentes modelos de bocal para a mesma tocha, adequando o consumível a cada aplicação.
Entretanto, a tocha deve sempre ser selecionada pensando na maior demanda de energia do processo.
Ou seja, escolha a tocha mais robusta para suas condições de soldagem e altere o bocal conforme a operação exige.
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Modelo de bocal curto.
Apesar de pequeno e muitas vezes negligenciado, o bocal tem impacto direto na qualidade da solda, na produtividade e na vida útil do sistema MIG/MAG.
Seguir boas práticas de inspeção e substituição evita problemas como:
Uma operação eficiente começa com consumíveis em boas condições. Avalie regularmente o estado do bocal, substitua-o quando necessário e selecione o modelo adequado para cada aplicação.
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