Sumig Dicas: como aumentar a durabilidade dos consumíveis usados no corte plasma manual?
Olá amigo soldador! Seja bem-vindo a mais um Sumig Dicas. Hoje traremos um assunto diferente, mas que também faz parte do universo da soldagem. Você já utilizou corte plasma em seu trabalho? Quer saber como aumentar a durabilidade dos consumíveis?
O Corte Plasma é muito utilizado nas mais diversas operações dentro da indústria metalmecânica, tanto no processo manual como em sistemas mecanizados ou automatizados. Podemos citar como exemplos, empresas de reparação de veículos, serralheiras, caldeirarias, estaleiros, entre outros segmentos. O processo Manual é o mais utilizado, também onde ocorrem mais casos de baixa vida útil dos consumíveis. Esta vida útil reduzida pode gerar elevados custos para o usuário, sem que ele perceba.
Por isso, nesta dica, focaremos no processo manual. Vamos considerar que o Equipamento e Tocha sejam de boa procedência e que os consumíveis utilizados na Tocha sejam originais. Este é um fator importante para se ter controle dos custos, da qualidade de corte e até da segurança, pois peças NÃO originais podem danificar a cabeça da tocha e gerar riscos de choque elétrico ao operador.
Vamos listar os principais fatos causadores do consumo excessivo dos consumíveis utilizados no Corte Plasma. sendo que os consumíveis de maior desgaste são o Bico e o Eletrodo.
FATO 1: Se o operador do Corte Plasma acionar o gatilho da tocha apenas por hábito ou para verificar se o arco está OK, ele perderá um corte e consumirá o Eletrodo e Bico sem necessidade e sem produzir. Isso porque para cada acionamento do gatilho sem executar o corte, parte do Eletrodo é consumido e o orifício do Bico desgastado. Este hábito é bastante comum e uma das maiores causas de consumo excessivo de consumíveis no corte plasma.
No corte Plasma, o operador não precisa acionar o gatilho da tocha para “verificar” o arco. Sugerimos a seguinte sequência básica:
Número 1: Checar se a Tocha e a mangueira de entrada de ar estão conectadas corretamente e estão firmes no equipamento;
Número 2: Verificar se os componentes da tocha estão corretamente montados e intactos;
Número 3: Conectar corretamente o cabo obra na peça a ser cortada, em região de bom contato elétrico;
Número 4: Somente após os passos anteriores, conectar o Equipamento na rede Elétrica correta;
Número 5: Ligar o Equipamento;
Número 6: Liberar o ar comprimido de entrada no equipamento;
Número 7: Certificar-se que a pressão está corretamente ajustada, pelo painel do equipamento;
Número 8: Verificar se a corrente de corte está correta para o tipo e espessura do material a ser cortado;
Número 9: Utilizando os EPIs corretos, posicionar a Tocha, acionar o gatilho e executar o corte.
PRONTO! Não houve necessidade de apertar o gatilho antes do corte e houve economia dos Consumíveis
FATO 2: Muitas redes de ar comprimido possuem excesso de umidade e oleosidade. O problema é que muitas vezes não é feita a purga da água e óleo que se formam no reservatório, com a necessária frequência. Ainda que seja feita a purga, quando a rede de ar tem muita umidade, a recomendação é que se adicione um sistema secador do ar na rede.
IMPORTANTE: O secador deve atender a vazão do Equipamento de Corte, para não comprometer a operação ou o funcionamento do equipamento.
Ar comprimido com excesso de umidade acelera o desgaste dos consumíveis de corte plasma e pode também danificar a cabeça e até mesmo o cabo da tocha. A umidade excessiva reduz ainda a qualidade e velocidade do corte.
FATO 3: Outra causa de desgaste prematuro dos consumíveis é a utilização do Bico de Corte incorreto. Existem diferentes Bicos de Corte e eles são identificados pela capacidade da Corrente. Existe um Bico ideal para cada espessura de material. Mesmo que o equipamento tenha 85 Ampères e seja cortada uma chapa de 6mm, por exemplo, pode-se usar um Bico de 45 Ampères, e não um de 85 Ampères.
Em relação à utilização de bicos incorretos, as três principais situações que reduzem a vida útil destes consumíveis são:
Primeira: Usar corrente acima da capacidade do Bico;
Segunda: Usar Bico de baixa capacidade para cortar chapas de maior espessura, que necessitariam de um Bico com capacidade maior;
Terceira: Usar Bico de maior capacidade, mas com corrente muito inferior ao recomendado para este bico.
IMPORTANTE: Alguns operadores tentam recuperar o Eletrodo lixando ou esmerilhando sua extremidade. Sugerimos que não faça isso. Ao ser desgastado, o eletrodo não conseguirá manter o comprimento ideal para efetuar o corte. Ao atingir um desgaste de 3 a 4 milímetros, ele não consegue mais efetuar o corte na espessura máxima e começa a danificar ou desgastar prematuramente o Bico de Corte.
Troque os componentes quando não oferecerem mais o mesmo desempenho, e idealmente substitua o par, Eletrodo e Capa.
Um último detalhe, verifique se o anel O’Ring está com lubrificação apropriada para manter sua integridade. Caso necessário, utilize pasta de Silicone, geralmente fornecida com a tocha.
