Sumig Dicas: qual a diferença da solda com CO2 puro e mistura?

Em outros vídeos do Sumig Dicas mencionamos as diferenças no uso dos Gases CO2 e misturas de Argônio com CO2 na soldagem do aço carbono com processo MAG em relação ao visual, respingos, soldabilidade e mencionamos algumas mudanças que também ocorrem nas propriedades mecânicas das soldas feitas com cada um destes gases.

Nesta dica iremos falar sobre os efeitos que ocorrem nas propriedades mecânicas de uma solda em aço carbono feita com processo MAG e arame ER70S-6 comparando as mesmas usando o Gás CO2 puro e usando o gás mistura de Argônio com CO2. Sendo a mais comum 75 a 80% de Argônio e 25 a 20% de CO2.

Importante destacar que as mudanças nestas propriedades não são caracterizadas como piores ou melhores. O vídeo vai ajudar projetistas, técnicos e engenheiros a não somente entender a causa destas alterações, mas também auxiliar esses profissionais na definição do tipo de gás que irá usar. Observando algum requisito particular que irá necessitar nas propriedades mecânicas da solda tais como: tenacidade, dureza, composição química, entre outros, pois também se alteram dependendo do tipo de gás que se utiliza. 

Assim, orientamos a todos que compram arames ou mesmo varetas, que serão utilizados em soldas (de qualquer metal de base), a sempre solicitar ao fornecedor o Certificado das Propriedades Mecânicas do produto. Isso evita problemas ao executor da solda, caso existam defeitos na solda ou mesmo ruptura ou quebra da junta, causada pelo consumível

O certificado AWS/ASME especifica que a solda para o arame ser avaliado e aprovado ou não deve ser feita com gás CO2. O certificado mostra as diferenças na composição química do arame comparando-o com o requerido pela AWS/ASME e o resultado da solda. Os elementos destacados no vídeo em amarelo (Manganês e Silício) são os principais causadores das diferenças nas propriedades mecânicas mencionadas. São também os principais elementos que geram mais silicatos ou escória sobre o cordão de solda no processo MAG.

As mudanças nas propriedades são causadas devido ao fato que ao soldar com 100% de CO2, por exemplo, o gás é muito ativo e promove ações reativas de oxidação no metal de solda, “queimando” mais estes dois elementos, Manganês e Silício. À medida que se adiciona Argônio ao CO2, a atmosfera do gás fica menos reativa e os teores de Manganês e Silício são maiores, comparativamente ao CO2 puro.

Importante destacar que o Gás CO2 puro tem suas características, benefícios e limitações tanto quanto tem também os gases mistura. Portanto, uma vez o usuário sabendo que a escolha do gás pode afetar não somente as características da soldagem, mas também as propriedades do metal de solda ou da junta, ficará mais fácil fazer a escolha do gás. Não esquecendo de também consultar o fornecedor do gás e ter dele o respectivo certificado do gás que irá usar.

Muitos arames têm os percentuais de Manganês e Silício perto do mínimo (o arame fica mais barato) e podem, após a soldagem e “queima” adicional destes elementos, comprometer o desempenho e as propriedades da solda. 
 

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